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1975 Flashback - CRUZEIRO DO SUL Artigo de Alexandre Alves / 04.09.25

A Cruzeiro do Sul - Serviços Aéreos S.A. foi uma empresa de grande importância para a aviação comercial brasileira. Afinal, ela é a sucessora da Condor Syndikat, a mesma empresa que arrendou o primeiro avião da VARIG, o que gerou questionamentos sobre quem de fato foi a pioneira. Ao longo de sua história, a Cruzeiro buscou a excelência em seus serviços e na integração nacional. Com a desativação dos DC-3 e a introdução dos YS-11, a empresa começou a concentrar suas operações. Em 1975, sua frota contava com YS-11, Caravelle, Boeing 727-100 e estava recebendo seis Boeing 737-200 para renovar a frota.

A Cruzeiro negociou sua venda com a VASP, mas a companhia paulista prolongou as negociações. Em uma manobra direta, a VARIG, por meio da Fundação Rubem Berta, comprou a Cruzeiro, pagando por cada ação um valor superior ao das ações da própria VARIG. Assim, a malha aérea de maio de 1975 pode ser considerada a última malha independente da Cruzeiro do Sul, já que a VARIG começou a fazer alterações durante o ano, até integrar completamente as operações. A partir de 1976, era comum um Boeing 737 da Cruzeiro operar voos da VARIG e vice-versa. Nos anos 80, o mesmo acontecia com os DC-10 e Boeing 707, que voavam em trechos com códigos SC, enquanto os Airbus A300 da Cruzeiro operavam com código RG.

Isso durou até 1992, quando a VARIG — em face da perda do monopólio dos voos internacionais — decidiu incorporar a Cruzeiro por completo. Com isso, os códigos SC foram encerrados e os Boeing 727-100 foram retirados de operação. Os seis Boeing 737-200 chegaram a 1996 com as cores da Cruzeiro, mas já operavam como parte da frota da VARIG. Nosso objetivo neste artigo é mostrar como a Cruzeiro voava em maio de 1975, quando a VARIG adquiriu seu controle acionário. A Cruzeiro foi mantida como uma empresa independente por uma série de vantagens, porém, já sem a essência da "empresa de 5 estrelas do Brasil".


Mapa de rotas da CRUZEIRO em Maio/1975 - GCMAP.com

A MALHA MAIO DE 1965

[Operação do Caravelle]
No ar, mais um Caravelle da Cruzeiro do Sul, a bordo tudo azul! Assim era o prestígio dos Caravelles na Cruzeiro, matriculados PP-CJA / CJB / CJC / CJD e depois reforçado pelos Caravelles PDV, PDX e PDZ da Panair. Em 1975, os jatos franceses já estavam em declínio na empresa carioca, operando serviços secundários e com o Boeing 737-200 chegando para o substituir. Em Maio, os Caravelles, operavam a seguinte rede de voos, configurados para 79 assentos:

SC104 --4---D GIG 07:30 08:25 CGH 09:00 09:30 CGR 10:00 11:00 CGB 11:30 12:30 RBR 13:00 15:00 PVH 15:30 16:45 MAO
SC105 ------D MAO 06:00 07:15 PVH 07:45 07:45 RBR 08:15 11:15 CGB 11:45 12:45 CGR 13:15 15:45 CGH 16:15 17:00 GIG
SC106 234-5-- BEL 08:00 09:00 MAO
SC107 23-5--D MAO 19:00 22:00 BEL
SC108 234-6S- BEL 05:30 06:10 MCP
SC109 234-6S- MCP 06:30 07:15 BEL
SC110 -3--6-- BEL 16:15 17:45 CAY 1815 1830 PBM
SC111 -3--6-- PBM 19:15 20:30 CAY 2100 2230 BEL
SC126 --4--S- GIG 07:15 08:05 CGH 0830 0900 CGR
SC127 --4--S- CGR 13:45 16:15 CGH 1645 1730 GIG
SC128 --4--S- CGR 09:30 11:00 SRZ
SC129 --4--S- SRZ 12:00 13:20 CGR
SC130 ---5--- BEL 04:30 05:10 MCP
SC131 ---5--- MCP 05:30 06:10 BEL

[Operação do Boeing 737-200]
O Boeing 737-200 não era uma novidade no Brasil em 1975. A VASP já operava o modelo desde Julho de 1969 e, na época em que a Cruzeiro recebeu os seus seis aviões (PP-CJN / CJO / CJP / CJR / CJS / CJT), a VASP já era a maior operadora do tipo no continente. Já a VARIG possuía os seus B732 desde 1974, sendo o PP-VME o pioneiro. A Cruzeiro configurou seus Boeing 737-200 com 109 assentos e começu a usá-los em rotas operadas anteriormente pelos Caravelles, além de inaugurar novas linhas. Em Maio daquele 1975, os Boeings 737-200 da Cruzeiro voavam as seguintes rotas:

SC304 --4---D MAO 06:00 06:45 LET 07:15 08:00 IQT
SC305 --4---D IQT 08:45 09:30 LET 10:00 12:45 MAO
SC314 23456SD CWB 18:00 18:45 CGH
SC315 23456SD CGH 09:00 09:45 CWB
SC316 23456SD CWB 10:15 11:30 GIG
SC317 23456SD GIG 16:00 17:30 CWB
SC318 23456-D GIG 12:00 12:45 PLU 13:15 14:15 BSB
SC319 -3-5--D BSB 14:45 15:45 PLU 16:15 17:00 GIG
SC320 -3-56-D GIG 07:30 09:00 BSB
SC321 2-45--D BSB 09:30 11:00 GIG
SC322 -3-5-SD GIG 18:30 19:15 PLU 19:45 20:45 BSB
SC323 23456SD BSB 21:15 22:15 PLU 22:45 22:30 GIG
SC324 23456-D BSB 15:00 17:30 REC
SC325 2-4-6-- REC 18:15 20:45 BSB
SC326 2---6-- GIG 13:00 13:45 PLU
SC327 2---6-- PLU 14:15 15:00 GIG
SC434 23456SD CGH 08:00 08:55 GIG 09:30 11:15 SSA 11:45 12:45 REC
SC435 23456SD REC 17:00 18:00 SSA 18:30 20:15 GIG 20:45 21:30 CGH
*SC434/435 eram operados por 727-100 e durante esse período operados por 737-200 por indisponibilidade de 727 na frota.

[Operação do Boeing 727-100]
O Boeing 727-100 era a espinha dorsal da Cruzeiro, sendo seu maior avião na época. Esse belíssimo trijato de origem americana, com capacidade para 117 assentos, operava nas rotas de maior prestígio da empresa, incluindo destinos internacionais como Buenos Aires e Montevidéu, e também para Lima e Bogotá. Além disso, o 727-100 era fundamental na rede doméstica, fazendo ligações importantes como a linha costeira para Manaus e os voos para Salvador e Brasília. Em Maio de 1975, os Boeing 727-100 da Cruzeiro voavam as seguintes rotas:

SC400 23456SD EZE 10:00 11:15 POA 12:00 13:15 CGH 13:45 14:30 GIG
SC401 23456SD GIG 18:00 18:55 CGH 19:30 20:45 POA 21:30 22:45 EZE
SC402 23456SD EZE 13:00 15:30 CGH 16:00 16:45 GIG
SC403 23456SD GIG 08:00 08:55 CGH 09:30 12:00 EZE
SC404 23456SD MVD 15:45 17:00 POA 17:45 19:00 CGH 19:30 20:15 GIG
SC405 23456SD GIG 10:45 11:30 CGH 12:00 13:15 POA 14:00 15:15 MVD
SC406 -3--6-- GIG 07:30 09:00 BSB 09:30 11:00 MAO
SC407 -3-56-D MAO 18:15 21:45 BSB 22:15 23:45 GIG
SC408 23456SD GIG 15:30 17:50 REC 18:20 19:15 FOR 19:45 20:45 SLZ 21:15 22:05 BEL 22:45 23:30 MAO
SC409 23456SD MAO 03:00 05:45 BEL 06:15 07:10 SLZ 07:30 08:30 FOR 08:50 09:45 REC 10:15 12:45 GIG
SC410 2345-SD GIG 21:15 00:15 BEL
SC411 2345-SD BEL 07:00 10:00 GIG
SC416 -3--6-- MAO 11:45 13:15 BOG
SC417 -3--6-- BOG 14:00 17:30 MAO
SC418 ---5--D GIG 07:05 08:00 CGH 08:30 09:45 BSB
SC419 ---5--D BSB 19:30 20:45 CGH 21:15 22:00 GIG
SC420 ---5--D LIM 13:00 19:00 BSB
SC421 ---5--D BSB 10:15 12:15 LIM
SC422 23456SD CGH 21:15 22:00 GIG
SC423 23456SD GIG 07:00 07:45 CGH
SC424 23456SD POA 10:00 11:15 CGH
SC425 23456SD CGH 08:15 09:30 POA
SC426 -3-56-D POA 19:30 20:45 CGH
SC427 -3-56-D CGH 17:45 19:00 POA
SC430 --456SD CGH 11:45 13:45 SSA
SC431 --456SD SSA 15:15 17:15 CGH
SC432 ---5--D GIG 14:00 15:30 BSB 16:00 17:30 MAO
SC436 -34-6S- CGH 21:20 22:05 GIG
SC437 -34-6S- GIG 13:45 14:40 CGH
SC438 -34-6S- EZE 18:30 21:00 CGH
SC439 -34-6S- CGH 15:15 17:45 EZE

A CRUZEIRO possuia voos com códigos SC na Ponte Aérea Rio-SP, porém sem aeronave própria na ocasião, notar que o YS11 estavam sem atuação regular, com desativação ao longo de 1975, cobrindo eventualmente necessidades na Ponte Aérea. Outra curiosidade é, os voos eram separados por equipamento a partir do número, os Caravelles faziam os voos 100-199, os YS11 os voos 200-299, os 737-200 os voos 300-399 e os 727-100 os voos 400-499.

Códigos das cidades operadas: BEL - Belém, PA / BOG - Bogotá, Colômbia / BSB - Brasília, DF / CAY - Caiena, Guiana Francesa / CGB - Cuiabá, MT / CGH - São Paulo/Congonhas, SP / CGR - Campo Grande, MS / CWB - Curitba, PR / EZE - Buenos Aires, Ezeiza, Argentina / FOR - Fortaleza, CE / GIG - Rio de Janeiro, Galeão, RJ / IQT - Iquitos, Peru / LET - Letícia, Colômbia / LIM - Lima, Peru / MAO - Manaus, AM / MCP - Macapá, AP / PBM - Paramaribo, Suriname / PLU - Belo Horizonte, MG / POA - Porto Alegre, RS / PVH - Porto Velho, RO / RBR - Rio Branco, AC / REC - Recife, PE / SLZ - São Luís, MA / SRZ - Santa Cruz de La Sierra, Bolívia / SSA - Salvador, BA.

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